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segunda-feira, 22 de novembro de 2010

"No Princípio... o Espírito de Deus Pairava Sobre as Águas..."




SUÍÇA – Cientistas do CERN (Conseil Européen pour la Recherche Nucléaire, Conselho Europeu Para a Pesquisa Nuclear), sediada em Genebra, trabalhando com o maior Colisor de Partículas do Mundo, o Large Hadron Collider, decobriram que logo após o surgimento do Universo (depois do Big Bang, se foi um Big Bang...) – o que se formou foi uma espécie de sopa quente, a uma temperatura de mais 10 trilhões de graus Celsius.

Mas, considerando os atuais tão diversos estados possíveis da matéria, essa sopa não era exatamento um líquido, tal como a água ou a cachaça, por exemplo... Na verdade, era mais como um ambiente pegajoso ao qual os cientistas denominaram Plasma de quarks-glúons. Nesse pântano cósmico formaram-se as primeiras partículas, das quais foram compostos os átomos, as moléculas dos elementos (astro-fisio-químicos), as galáxias, as estrelas... nós.

Esse resultado surpreendeu os Físicos porque contradiz a idéia até então aceita sobre os post-Big-Bang. Acreditava-se que depois da grande explosão primordial teria se formado um ambiente de gás superaquecido e, a partir daí, teria surgido toda a matéria.

O físico de partículas da University of Birmingham, David Evans, principal representandte do Reino Unido no experimento realizado pelo CERN, explica: Na primeira instância de sua existência, o Universo apresentava um "comportamento" [estado material de de um líquido muito denso.

Essa conclusão é o resultado de um experimento realizado por uma super-equipe multinacional, que reúne mais de mil pesquisadores, utilizando o Grande Colisor de Hádrons do CERN. O Acelerador funciona promovendo a colisão de partículas, no caso de átomos de chumbo, dentro de um ambiente controlado, um detector, chamado ALICE. A proposta é criar mini Big-Bangs que pretendem imitar as condições de surgimento do Universo e o estado da matéria-matriz segundos depois da ocorrência do fenômeno.

O Acelerador de Partículas é um túnel com 17 milhas (cerca de 27 km) de comprimento, enterrado a 300 pés de profundidade (cerca de 91 metros), logo abaixo do sopé dos Alpes, na fronteira franco-suíça. É um túnel circular. Lá dentro, átomos disparados a alta-velocidade (por isso é um acelerador) sofrem aquecimento extremo. Neste caso, chegando aos 10 trilhões de graus centígrados. Isso, em uma fração de segundo. Nessas condições de aceleração e temperatura, os átomos, antes de mais nada, tomam o aspecto de minúsculas esferas de fogo, ígneas que, ao colidirem, simplesmente deixam de existir, pela fusão entre si, dando lugar a dois novos tipos de matéria particular, os quarks e os glúons.

Há cinco anos, no Relativistic Heavy Ion Colider, localizado em Upton, estado de Nova York – EUA, fez a mesma experiência com a diferença que a temperatura atingida até as colisões era de (apenas) 4 milhões de graus centígrados. A esta temperatura, os quarks e glúons também compuseram um plasma semelhante a um líquido. Porém, os cientistas estavam certos de que com um considerável aumento de temperatura, a substância volatizar-se-ia originando um gás.

O novo experimento do CERN surpreende os cientistas porque os quarks e glúons não se comportaram como era previsto. Evans comenta:


As teorias sugeriam que as forças que mantinham quarks e glúons em interação de matéria líquida, plásmica, começariam a enfraquecer com o aumento da temperatura, a tempweratura que suposmos seria aquela alcançada logo depois do Big Bang. Então, as partículas mover-se-iam livremente, como um gás. Porém, percebemos, agora, que a grande força que une essas partículas [qurks e glúon] mantém seu poder mesmo submetida às temperaturas altas que, esperávamos, liberassem as ligações.


Sim, os cientistas estão surpresos. Têm razão. A ciência confirma a cada dia certos aspectos da realidade que pareciam ser apenas metáforas de textos de livros pseudo-sagrados de algumas religiões. Porém, eis que, tudo indica: no começo, seja lá o que for, "pairava sobre as águas", não pairava em um gás. Meditemos...

FONTE: GRAY, Richard. How the universe evolved from a liquid. [Trad. e adap. L. Cabus]
IN Telegraph, UK publicado em 20/11/2010
[http://www.telegraph.co.uk/science/science-news/8148525/How-the-universe-evolved-from-a-liquid.html]



quinta-feira, 25 de junho de 2009

Os Segredos da Matéria Escura



Inauguração do Sanford Underground Science and Engineering Laboratory


Sioux Falls [USA] ─ Nos subterrâneos de Black Hills, South Dakota [Colinas Negras ─ Dakota do Sul], a uma profundidade equivalente a mais seis edifícios Empire States empilhados, abaixo do era uma grande mina [2,4 km] foi instalado um laboratório: Sanford Underground Science and Engineering Laboratory, especialmente equipado para cientistas investigarem as misteriosas partículas conhecidas como matéria escura. A mina é a mesma onde, no passado, o pesquisador Alfred Nobel [1833-1896, químico e inventor sueco] realizou muitas de suas pesquisas.



Essas profundezas são o lugar ideal para o tipo de experimentos aos quais se destina: suficientemente protegido de modo a evitar a penetração dos raios cósmicos que interferem na pesquisa da matéria escura, essa matéria que intriga cientistas e que, acredita-se, constitui um quarto do total da massa do Universo.


A área ocupada pelo laboratório é chamada de Davis Cavern, homenagem a Ray Davis Jr., que usou o local para demonstrar a existência das partículas solares hoje conhecidas como neutrinos. Por seu trabalho, Davis e seu colega John Bahcall ganharam o Prêmio Nobel de Física em 2002.


A primeira experiência a ser feita no novo Laboratório é a Large Underground Xenos, procedimento que pretende detectar a interação fraca entre as partículas elucidando questões relacionadas ao Big Bang, a grande explosão à qual se atribui a origem do Universo.


Tom Shutt, da Case Western Reserve University, Cleveland ─ e Rick Gaitskell, da Brown University e mais uma dúzia de colaboradores serão os caçadores da Matéria Escura, que não emite luz ou radiação que possam ser dectadas até agora. Os cientistas somente suspeitaram de sua existência pelos efeitos que sua massa [da matéria escura], que interfere nas relações das forças gravitacionais da matéria visível.


Os pesquisadores dessa estranha formação cósmica acreditam que a matéria escura não contém átomos [ou não tem constituição atômica] e, por isso, não inteage com a matéria atômica por meio dos conhecidos campos de força eletromagnéticos. No Laboratório, os acadêmicos querem saber o quê é, afinal ─ a matéria escura, quanto, de fato, dessa substância pode existir no Cosmos e como tal elemento pode interferir no futuro do Universo.


Mas nem tudo é mistério sobre a matéria escura; muitos arriscam opiniões ousadas. Físicos especulam que sem a matéria escura as galáxias jamais poderiam ter-se formado. O estudo da matéria escura pretende, também, esclarecer de uma vez se o Universo está se expandindo pela Eternidade ou se alcançará um limite de extensão e entrará em processo de contração [que deverá unificar tudo o que existe em um único corpo].


O Laboratório também investigará as partículas-fantasma [neutrinos] com o objetivo de capturá-las em tanques de 300 kg de Xenônio líquido [Xe ─ elemento químico classificado entre os gases nobres em seu estado natural, descoberto em 1898] substância fria, três vezes mais pesada que a água. Outros dois laboratórios semelhantes, subterrâneos, se o governo liberar a verba, podem ser construídos a partir de 2012 para estejam prontos para operar em 2016. Esses projetos devem custar 550 milhões de dólares.


Link Relacionado: Antimatéria e Universo Fantasma
Fonte: LAMMERS, Dirk. Work begins on world's deepest underground lab
IN NewsYahoo/AP ─ publicado em 22/6/2009