sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Dentista Pré-Histórico



UM dos dentes encontrados. O preenchimento está destacado pela linha pontilhada amarela. 
Foto: Bernardini/Tuniz/Coppa/Mancini/D.

ESLOVÊNIA. Em uma caverna do norte da Eslovênia, cientistas australianos pertencentes à University of Wollongong (Austrália) e à Australian Nuclear Science and Technology Organisation descobriram o que pode ser uma das primeiras inicitaivas próteses dentárias com fins terapeuticos. 

Ali, foram encontrados dois pré molares, dois molares e um canino que, um dia, foram danificados, quebrados mas cujas fraturas foram preenchidas com cera de abelhas. 

Os fósseis, datados pelo método carbono 14 em cerca de 6 mil e 500 anos de idade, pertencendo, portanto, ao período histórico-antropológico chamado Neolítico (Idade da Pedra Polida) - e analisados do ponto de vista genético-anatômico, revelaram pertencer a um indivíduo do sexo masculino, com idade aproximada de 20 anos.

Exames detalhados revelaram que a intervenção foi, de fato, necessária. O dente canino, por exemplo, tinha uma fenda profunda, que expunha a camada de dentina, o tecido que fica abaixo do esmalte. Nesse estado, a mastigação tornava-se dolorosa ao ponto de afetar a função da mandíbula.



As mandíbulas com os dentes descobertos na caverna da Eslovênia. 
Foto: Bernardini/Tuniz/Coppa/Mancini/D

Os cientistas explicaram: A superfície oculsal poderia ter sido preenchida com a cera de abelha em uma tentativa de reduzir a dor,  vedando os túbulos de dentina expostos.

Essa amostra de preenchimento dentário é a primeira já descoberta mas os pesquisadores suspeitam que as primeiras sociedades humanas utilizaram este material, a cera de abelha, para vários fins.

Papiros que tratam de medicina no Egito Antigo, especialmente o papiro de Ebers, que remonta ao século 16 a.C. (mil e seiscentos anos antes de Cristo) - refere-se ao uso de mel misturado com ingedientes minerais para corrigir dentes soltos, moles ou para reduzir a dor provocada por danos à dentição e mandíbula.

Todavia, no caso do achado da Eslovênia, os pesquisadores ainda têm dúvidas se o preenchimento foi fei feito durante a vida do paciente ou postumamente, depois de sua morte. Tal intervenção pode, também, estar relacionada à práticas funerárias secundárias. 

A amostra está sob a curatela (mantida em custódia) no Museu de História Natural de Trieste, Itália.

FONTE: PHILLIPS, Nick. Need a filling? Stone Age dentists knew their beeswax.
SMH/AUSTRÁLIA, publicado em 20/09/2012.
[http://www.smh.com.au/technology/sci-tech/need-a-filling-stone-age-dentists-knew-their-beeswax-20120919-267e0.html]

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